sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Histórias da "jorna" da gente cá do nosso bairro!...



Da banalidade do jogo e do discurso

«... De modos que é assim.

Rui Vitória prometeu um upgrade táctico para 2017-18, algo que se parecesse mais com ele do que com Jorge Jesus, porque, convenhamos, o 4x4x2 do Benfica de Vitória é demasiado parecido com o 4x4x2 do Benfica de Jesus para ser uma mera coincidência.

Só que esse upgrade não aparece e o Benfica lá continua com os quatro defesas, os dois médios, os dois extremos, e os dois avançados. O problema é que alguns jogadores são piores do que os de 2016-17, e os outros estão piores do que em 2016-17.

Esta forma de jogar à bola é arriscada, porque expõe a defesa e o meio-campo, proporcionando buracos variados em vários lugares, buracos que têm de ser tapados com movimentos coletivos que dependem da inteligência e da qualidade do jogador - e do treino.

O que se viu em Basileia foi deprimente, porque a exibição medíocre dos encarnados fez de jogadores como Oberlin, por exemplo, um craque como Cristiano Ronaldo a cortar uma bola na defesa, a correr furiosamente por ali fora até pôr a bola por baixo do corpo do caído Júlio César.

E perante este resultado desastroso, montado metodicamente sobre erros individuais e colectivos, Rui Vitória nada fez a não ser trocar este por aquele, à espera que um imprevisto qualquer desse uma linha de vida à equipa comatosa.

E, depois, na flash interview e na conferência de imprensa, não falou de futebol, nem de táctica, que não era ali que se falava “dessas coisas”, nunca é, aliás, e resumiu outra vez este jogo simples no objectivo, mas complexo no processo, a um chorrilho de banalidades e de frases de auto-ajuda.

O.k., vamos trabalhar.
O sol que vai voltar a brilhar.
A vida que põe obstáculos que têm de ser ultrapassados.
Os campeões que têm de mostrar a fibra de que são feitos.
A cabeça que não se mete na areia.
A luta pela vida até à exaustão.

Rui Vitória, cheio de fleuma e exímio na gestão dos egos e das peculiaridades de um balneário onde milionários convivem com novos ricos e miúdos a querer subir na vida, banaliza sistematicamente o discurso futebolístico e isso fá-lo parecer alheado da realidade - e, pior do que isso, dá a sensação de estar num lugar que não é o dele e que está ultrapassado pelas circunstâncias.

O que não é inteiramente verdade, porque um treinador que conquista dois campeonatos tem, mais do que não seja, o mérito de ter conquistado dois campeonatos.»

Uma pena que Pedro Candeias, depois de desmontar com inteligente sagacidade a "sonsice" do ainda treinador do Benfica, em vez de fazer chover no nabal e depois permitir, no parágrafo de remate da sua crónica, uma restiazinha de Sol na eira, não se interrogasse, como é que o "sonso" conseguiu conquistar dois campeonatos?!...

Enfim, histórias da "jorna" da gente cá do nosso bairro!...

Leoninamente,
Até à próxima

2 comentários:

  1. "Uma sonsise", que mesmo assim...não consegue "apagar a ideia" que muitos de nós temos do Tui Vitória...:
    Um treinador razoável para Vitórias de Setubal ou Guimarães, Braga ou Estoril...mas "curto" para os três grandes"...

    Não fosse a CS que temos...e há muito que estaria "desmontado"...

    SL

    ResponderEliminar